Quanto custa ter uma equipe de vendas que não vende?
Gerentes que de fato não gerenciam? Pessoas da área de atendimento que não
atendem corretamente aos clientes? Uma equipe que, ao invés de agregar valor,
dificulta os resultados da organização? Quanto custa, para a própria pessoa,
trabalhar em algo que não a motiva? Enfim, quanto custa ter a pessoa certa no
lugar errado?
No caso das empresas, há uma consciência de que
subaproveitar profissionais qualificados pode custar muito dinheiro para a
organização ou, até mesmo, a sua sobrevivência. Já para os funcionários, o
preço pode ser o sentimento de uma vida perdida em termos pessoais e
profissionais.
Suponhamos que um excelente vendedor seja escolhido para ser
o gerente de vendas de uma loja. As características técnicas que ele possui não
servem para esta nova atividade. Os comportamentos gerenciais exigidos, ele não
desenvolveu. Ele começa a ficar extremamente estressado e infeliz. A empresa
percebe que perdeu um excelente técnico e ganhou um péssimo gerente.
Preocupadas com a satisfação pessoal de seus empregados e,
consequentemente, com os bons resultados que ele pode vir a gerar, as empresas
têm desenvolvido uma série de programas de melhoria de produtividade e
qualidade voltadas para a capacitação das pessoas. Até aí, nenhuma novidade.
Mas a grande dúvida consiste na escolha eficaz e adequada dos métodos de
avaliação dos perfis pessoais e dos perfis das funções.
Pesquisas realizadas pela Human Learning têm demonstrado,
por exemplo, que mesmo os melhores treinamentos técnicos em vendas não
conseguem operar milagres, se o profissional treinado não tem o seu perfil
comportamental adequado para o que requer a função.
As empresas ainda são resistentes para entender que as
pessoas nas organizações têm características comportamentais específicas, que
as orientam mais facilmente a ter sucesso em determinadas funções em detrimento
de outras. Por isso, é fundamental que as pessoas conheçam o seu perfil
pessoal, o perfil do seu cargo, quais são os pontos que deverão ser
desenvolvidos ou redimensionados, suas tendências em relação ao trabalho,
pessoas que possam complementá-las comportamentalmente, necessidades
específicas de treinamento e desenvolvimento e como elas poderão efetivamente
mudar suas características, tendo como objetivo aproximar-se do seu sucesso
pessoal.
As mudanças são velozes e surpreendentes que chegamos a não
acreditar ou não conseguimos traduzir os impactos que causam em nossas vidas. O
mundo tem criado uma grande mudança a cada 24 horas, quando no passado podia
levar até mais de um século. A única certeza que temos é a mudança.
Os profissionais que estão entrando no mercado são cada vez
mais atualizados e preparados para trabalhar com as tecnologias emergentes.
Sabe-se que há grande oferta de mão-de-obra qualificada e, por isso, as
empresas se reservam o direito de só manter em seus quadros aqueles
profissionais que estão efetivamente agregando resultados à organização.
Provavelmente a competitividade das empresas será avaliada
pela competência de seus profissionais. Tecnologias, equipamentos e recursos
financeiros não serão mais diferenciais competitivos significativos. Perfeitas
relações entre as pessoas (superiores, pares, subordinados, clientes,
consumidores e fornecedores) serão os ingredientes mais importantes para o
desenvolvimento e perpetuação das empresas.
Como me tornar à pessoa certa no lugar certo? O que vai me
diferenciar dos demais profissionais?
Essas são as grandes dúvidas de todos os profissionais,
independente do seu ramo de atuação. A resposta é certamente complexa e exige
reflexões profundas.
Mas vejamos um simples exemplo: alguns atletas de salto em
altura são convidados a pular uma vara em uma determinada altura. Todos
conseguiram ultrapassar. Em seguida, foi retirada a vara e colocado sensores
óticos no local. Solicitou-se que todos repetissem o salto. Nesta segunda vez,
somente 25% dos saltadores conseguiram ultrapassar sem esbarrar na marca
virtual determinada. O que ocorreu se a altura era a mesma? Simplesmente os 75%
restantes perderam o seu foco, a sua visão.
Esse exemplo demonstra o quanto à visão que temos do futuro
é importante para todos nós e quanto mais ela estiver clara, objetiva,
mensurável e compartilhada pelas pessoas que poderão nos ajudar, certamente
será mais fácil de ultrapassá-la. Mas como montar a visão de futuro?
Aí está a importância de um profundo conhecimento de nós
mesmos, do que desejamos e do meio no qual estamos inseridos. Plagiando o
consultor Joel Backer, “ação sem visão é um simples passatempo. Visão sem ação,
não passa de um sonho. Somente visão com ação pode transformar o mundo”.
As organizações são, provadamente, a capacidade pessoal de
cada um dos seus profissionais. Assim sendo, quanto mais conhecemos os
profissionais que trabalham nas empresas, melhor podemos aproveitá-los. A
pessoa certa no lugar certo é o grande diferencial competitivo dos últimos
tempos.
Jorge Matos - Diretor
da Human Learning Consultores Associados
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